Embora nos últimos anos as empresas tenham adotado políticas mais inclusivas para a contratação de pessoas com deficiência (PCD), o caminho ainda é muito longo para se atingir a equidade no mercado de trabalho. O Protótipo do Índice Nacional de Inclusão Olga Kos da Pessoa com Deficiência (INIOK-PCD), desenvolvido entre 2021 e 2022 na região metropolitana de São Paulo, apresenta essa realidade. Das 150 pessoas entrevistadas entre beneficiários do instituto e familiares, somente 2,74% responderam que trabalham. O mais grave disso é que esses trabalhadores exercem suas atividades sem qualquer vínculo empregatício, ou seja, sem acesso aos direitos oferecidos em uma contratação em regime de CLT, por exemplo.

A consequência direta dessa baixa inserção no mercado de trabalho é que as pessoas com deficiência são dependentes de programas sociais. Entre os entrevistados, 95,83% recebem algum tipo de auxílio. A renda média apontada no levantamento é 1,5 salário mínimo e as classes sociais predominantes são D e E.

Na visão dos gestores empresariais, diversos fatores dificultam a contratação de uma pessoa com deficiência: baixa qualificação profissional, falta de acessibilidade e ambiente inadequado. A Lei n° 8213/91 obriga as empresas que possuem mais de 100 colaboradores a ter uma quantidade mínima de PCD em relação ao número total de colaboradores.

Diante desse cenário, destaca-se a necessidade da criação de programas de qualificação profissional focados nesse público, podendo assim ser uma ferramenta de inclusão e por consequência gerar autonomia e independência do PCD. Dessa forma, as empresas podem superar o paradigma que são obrigadas a contratar uma pessoa com deficiência somente para cumprimento da lei e também chamar a atenção do poder público para o assunto.